A principal causa do câncer de colo do útero é a ocorrência de infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV. Existem mais de 150 tipos de HPV, dos quais pelo menos 13 são considerados oncogênicos.
A contaminação de HPV é relativamente comum e, na maioria dos casos, não tem consequências graves. No entanto podem ocorrer alterações celulares que, se não tratadas, possibilitam o surgimento do câncer.
Fatores como o início precoce da atividade sexual, ter múltiplos parceiros, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais e o tabagismo aumentam o risco de desenvolver o câncer de colo do útero.
Este é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do cólon e reto), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer.
A estimativa anual do país é de mais de 16 mil novos casos por ano desta doença que matou mais de 5.500 mulheres em 2016 (dados do INCA).
Prevenção
A melhor forma de prevenir é evitando o contágio pelo vírus HPV. A transmissão ocorre principalmente através de relações sexuais sem proteção, mas também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal e bolsa escrotal. Portanto:
- Use preservativo em todas as relações sexuais;
- Prefira um parceiro fixo a múltiplos parceiros;
- Evite o consumo de tabaco;
- Tenha um estilo de vida saudável;
- Tenha sempre orientação médica para o uso de contraceptivos;
- Vá ao ginecologista ao menos uma vez por ano.
Outra forma de prevenir a infecção pelo Papilomavírus Humano é a vacinação. Desde 2014 a imunização de adolescentes faz parte do calendário oficial do Ministério da Saúde. Atualmente devem receber a vacina meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos que é, geralmente a fase da iniciação sexual.
Sinais e sintomas
O câncer de colo do útero é uma doença silenciosa e praticamente assintomática, principalmente no início. Alguns casos podem apresentar sangramento que vai e volta ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal acompanhada de distúrbios urinários ou intestinais. Porém, quando esses sinais se manifestam o problema já está num estágio bem avançado.
Diagnóstico
Quanto mais cedo for diagnosticado o câncer de colo do útero maiores são as chances de reverter o problema, ou seja, se o diagnóstico for feito ainda no estágio inicial da doença há um alto potencial de cura. A principal forma de diagnóstico, principalmente quando ainda não há sintomas, é através do Papanicolau, popularmente conhecido como exame preventivo.
O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher entre 25 e 64 anos realize o exame regularmente, mesmo que não tenha relações sexuais frequentes. Ele é um dos exames periódicos que costumam ser solicitados na consulta com o ginecologista e, devido à longa evolução da doença, pode ser realizado a cada três anos, mas os dois primeiros devem ser anuais.
Dependendo do resultado do preventivo o médico pode solicitar também a colposcopia (exame que permite a ampliação estereoscópica dos tecidos do trato genital inferior) ou biópsia, que é a retirada de uma pequena amostra de tecido para análise.
Tratamento
Cada mulher diagnosticada com câncer do colo de útero terá seu tratamento orientado e avaliado por um médico. Tudo depende do estágio e evolução da doença e também da reação do organismo.