Dra Luciara Batista — Ginecologista e Obstetra

Anticoncepção / Métodos Contraceptivos

Os casais hoje, devido aos vários métodos contraceptivos disponíveis, podem planejar quando e quantos filhos desejam ter e em qual momento de suas vidas a gravidez deve acontecer. Ainda hoje, em adolescentes, o controle de natalidade é precário ou inexiste. O nível sócio econômico também é um fator importante. Muitas vezes, em comunidades carentes, a gravidez é uma forma de adquirir prestígio e respeito no meio em que vivem. É um “olhar a mais”.

Entre os vários métodos disponíveis hoje, estão presentes métodos reversíveis e métodos irreversíveis.

Métodos Reversíveis:

Métodos de barreira

  • Preservativo Feminino – É um método eficaz para prevenir DST (Doença Sexualmente Transmissível). É uma bolsa cilíndrica, feita de plástico fino, com um anel flexível em cada extremidade. A parte fechada é introduzida na vagina e fica próximo ao colo do útero.
  • Preservativo Masculino – É feito de látex, muito acessível, distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde. É o melhor método para prevenção de DST. Deve ser armazenado e usado de forma correta, deve ser retirado após o uso com o pênis ainda ereto, diminuindo assim o índice de falhas.
  • Diafragma – É um aro flexível, em forma de capuz, que deve ser introduzido na vagina e cobrir o colo uterino, antes das relações sexuais. Impede a ascensão dos espermatozóides no útero. Existe vários tamanhos, a escolha correta deve ser avaliada pelo ginecologista.
  • Espermicida – São produtos químicos disponíveis em tabletes de espuma, gel ou creme. Causam ruptura da membrana celular dos espermatozóides, desta forma altera os movimentos e também pode causar a morte destes. Deve ser introduzido na vagina antes da relação sexual.

 

Métodos Contraceptivos Hormonais

  • Contraceptivo Oral (Pílula) – Método onde comprimidos contendo hormônios são administrados via oral.
  • Contraceptivo oral combinado – Comprimido contendo hormônio Etinilestradiol e Progestágenos. Inibem a secreção de gonadotrofinas, impedindo a ovulação.

Existem vários tipos de contraceptivos orais no mercado, e como qualquer medicamento, pode ter efeitos adversos. Mulheres obesas, tabagistas e hipertensas que usam pílula (contraceptivo oral), tem risco aumentado para acidente vascular cerebral, tromboembolismo venoso e infarto agudo do miocardio. É recomendável uma avaliação pelo médico ginecologista, para indicação de uma pílula que tenha menos paraefeitos.

 

Anticoncepcionais com Progestágenos

  • Progestágenos Isolados – É uma pílula que contém desogestrel 75mg, este dificulta a ascensão dos espermatozóides, torna o muco cervical espesso e inibe a ovulação. Pode ser usada durante a amamentação e nas mulheres que não podem usar estrogênio. Seu uso é contínuo.
  • Minipílulas – Pílulas contendo acetato de noretindrona e levonorgestrel. São usadas em mulheres durante a amamentação, mas o índice de falhas é grande.

 

Anticoncepcionais injetáveis

Combinados (estrogênio + progestógeno) ou progestógeno isolado.

São ampolas contendo hormônios para aplicação intramuscular (IM), profunda na nádega ou no deltóide. Podem ser de uso mensal ou trimestral. A primeira dose deve ser aplicada nos primeiros cinco dias da menstruação (até o quinto dia do ciclo). É um método reversível, mas o retorno à ovulação (fertilidade) é um pouco mais demorado.

 

Contracepção de Emergência (“Pílula do dia seguinte”)

É uma pílula contendo 1,5mg de levonorgestrel, que deve ser administrada pela via oral. É dose única. Deve ser ingerida preferencialmente até 72 horas (3 dias) depois da relação sexual desprotegida. Após a administração, usar preservativo até vir o sangramento, para reiniciar com outro método contraceptivo. O sangramento pode ocorrer de 1 a 4 semanas após o uso da pílula. A pílula do dia seguinte não deve ser usada rotineiramente. Evite tomar repetidas vezes.

 

Adesivo Transdérmico

É um adesivo contendo hormônio etinilestradiol e um progestágeno, coloca-se sobre a pele seca. Pode ser aplicado no abdome inferior, na parte superior das nádegas ou na parte externa do braço. Usa-se um adesivo por semana, por três semanas consecutivas, pausa de uma semana. O primeiro adesivo deverá ser aplicado no primeiro dia da menstruação. Deve-se fazer rodízio semanal dos locais de aplicação.

 

Anel Vaginal

Anel transparente que contém hormônio etinilestradiol e etonogestrel. Tem diâmetro de 54mm e espessura de 4mm. O anel deve ser introduzido na vagina em forma de “8”. Iniciar o uso entre o 1º e o 5º dia do ciclo por 3 semanas, retirar após. Pausa de 7 dias para nova colocação.

 

Implante Subdérmico

O implante subdérmico é um bastonete que contém progestágeno. Existe 2 tipos. Dependendo do tipo de hormônio usado, um tem duração de 3 anos e o outro entre 2 a 5 anos. O implante vem com um aplicador específico e deve ser introduzido na face interna do braço, abaixo da derme, sob anestesia local. O maior inconveniente do método é o sangramento irregular.

 

SIU (Sistema Intrauterino)

É um endoceptivo, sistema intrauterino que libera hormônios levonorgestrel. Deve ser inserido pelo ginecologista. Diminui o sangramento do fluxo menstrual. Tem validade de 5 anos. Pode ser usado como tratamento para mulheres que apresentam sangramento uterino aumentado (metrorragia) idiopático. Excelente método para adolescentes que não desejam menstruar.

 

DIU (Dispositivo intrauterino)

DIU de cobre é uma estrutura de polietileno que é inserido no interior do útero. Varia de 5 a 10 anos. Dependendo do tipo de DIU vai para 5. É um bom método de contracepção com baixo índice de falhas. Em algumas mulheres com o uso do DIU de cobre, pode ocorrer aumento do fluxo menstrual e cólicas mais intensas. A durabilidade depende do tipo de DIU.

 

Métodos Irreversíveis:

Contracepção cirúrgica

  • Ligadura Tubária – Contracepção cirúrgica feminina, por obstrução cirúrgica impede-se o transporte do óvulo.
  • Vasectomia – Contracepção cirúrgica masculina, é a ligadura do ducto deferente, pode ser feita com anestesia local.

Após o procedimento durante os 3 primeiros meses usar outro método contraceptivo. Deve-se realizar um espermograma para comprovar a efetividade da cirúrgia. É um método seguro. Não afeta o desempenho sexual masculino.

 

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